Animais terapeutas auxiliam na redução da ansiedade e depressão

Projeto Focinhos promove saúde mental de universitários da PUCPR com apoio de 50 animais terapeutas

 

Dias corridos, prazos apertados e responsabilidades constantes: o cenário tem contribuído para o aumento de transtornos como ansiedade e depressão no Brasil. O estudo KidsRights Index 2025 aponta que 14% das crianças e adolescentes (de 10 a 19 anos) no mundo enfrentam problemas de saúde mental. No Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz Bahia identificou, entre 2011 e 2022, um crescimento de 6% nas taxas de suicídio e de 29% nos casos de autolesão entre jovens de 10 a 24 anos. A ansiedade se destaca como o transtorno mais frequente, afetando 45% dos brasileiros, especialmente entre 18 e 24 anos.

A pandemia de Covid-19 intensificou as discussões sobre saúde mental, trazendo maior visibilidade a transtornos como ansiedade e depressão. No entanto, o estudo mostra que o aumento nos registros de suicídio segue uma tendência anterior, reforçando a gravidade e continuidade do problema.

“Os números são um alerta para a escalada da ansiedade, depressão, autolesões e suicídio entre nossos jovens. É fundamental construir redes de apoio e desmistificar a busca por ajuda psicológica, garantindo que ninguém precise enfrentar seus desafios sozinho”, afirma Saulo Geber, psicólogo e diretor do PUCPR Acolhe.

Para ele, a saúde mental dos adolescentes deve ser vista como um desafio coletivo. “Investir em educação, suporte familiar e intervenções eficazes é fundamental para construir um futuro mais saudável e resiliente para as próximas gerações”, afirma.

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Projeto Focinhos: terapia com animais no campus

Na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), o setor PUCPR Acolhe desenvolve o Projeto Focinhos, que busca reduzir a ansiedade e o estresse dos acadêmicos por meio da convivência com animais terapeutas. A iniciativa acontece semanalmente, durante o período letivo, em diferentes horários no campus de Curitiba.

Cães, gatos, coelhos e até um pônei participam das atividades, que já contam com resultados reconhecidos. Um artigo publicado na revista Research, Society and Development (2022) apontou efeitos positivos da Terapia Assistida por Animais (TAA) em tratamentos psicológicos, indicando seu potencial de recomendação médica.

Coordenadora do PUCPR Acolhe, Ana Lucia Lacerda Michelotto resume o impacto: “Os animais não são só pets, mas verdadeiros cuidadores. Eles oferecem apoio e contribuem para a qualidade de vida dos estudantes.”

Em 2024, o Projeto Focinhos reuniu 50 voluntários — entre tutores com seus animais e colaboradores sem pets — e ampliou suas atividades para clínicas e hospitais, levando acolhimento também fora da universidade. No mesmo ano, o PUCPR Acolhe realizou quase sete mil ações no campus de Curitiba, entre elas o acompanhamento de mais de 350 alunos pelo programa de educação inclusiva.

Para o psicólogo Saulo Geber, a diversidade de iniciativas é fundamental para aproximar a universidade dos estudantes: “Projetos como o Focinhos mostram que estamos dispostos a apoiá-los, seja em atendimentos individuais ou em grupo.”

Outras iniciativas do PUCPR Acolhe

Além do Projeto Focinhos, o setor promove oficinas mediadas por psicólogos ao longo do ano letivo. As atividades incluem trabalhos manuais (Cores e recortes), tricô (Tricotando ideias) e gastronomia (Mão na massa), reforçando a importância de momentos de bem-estar e convivência entre os estudantes.

Conexão com os Maristas

O Projeto Focinhos integra as iniciativas do PUCPR Acolhe, setor de apoio estudantil da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). A universidade pertence à rede Marista, presente em mais de 80 países e há 127 anos no Brasil.

A missão marista é promover educação integral e qualidade de vida por meio de diferentes frentes:

  • Educação Básica: 63 colégios e 33 unidades sociais
  • Ensino Superior: PUCRS e PUCPR
  • Saúde: Hospital Cajuru e Marcelino Champagnat (PR), e Hospital São Lucas (RS)
  • Editora: FTD Educação

Com essa presença, os Maristas reafirmam seu compromisso em desenvolver ações que unam educação, acolhimento e saúde, como o projeto realizado no campus Curitiba da PUCPR.

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