Cuidados redobrados, alimentação ajustada e mudanças no ambiente ajudam a garantir conforto e saúde aos pets idosos
O avanço da nutrição, da medicina veterinária e dos cuidados diários tem permitido que cães e gatos vivam mais e com melhor qualidade. Hoje, não é raro encontrar pets que ultrapassam 12, 15 ou até 20 anos de idade. Mas a longevidade traz também novos desafios: mudanças físicas, comportamentais e de saúde que exigem atenção e ajustes no dia a dia. Assim como nos humanos, a fase sênior dos animais demanda mais empatia e um olhar atento para sinais muitas vezes discretos.
“A partir dos 7 anos (em média), cães e gatos começam a apresentar alterações fisiológicas naturais do envelhecimento. A pelagem pode perder brilho, a visão e a audição tendem a diminuir, os músculos ficam menos firmes e as articulações mais sensíveis. Em alguns casos, surgem doenças crônicas, como problemas renais, cardíacos, osteoartrite e até alterações cognitivas, que afetam o comportamento e a interação com o ambiente”, explica a médica-veterinária e gerente de produtos da Pet Nutrition, Bruna Isabel Tanabe.
A compreensão dessas transformações é fundamental para garantir bem-estar. A alimentação é um ponto-chave: rações específicas para idosos têm menor valor calórico, maior digestibilidade e podem incluir nutrientes como condroitina, ômega-3 e antioxidantes. Em casos de doenças crônicas, dietas terapêuticas formuladas com orientação veterinária podem ser necessárias.
O conforto no ambiente também merece atenção. Itens como colchonetes ortopédicos, comedouros elevados, superfícies antiderrapantes e fácil acesso aos espaços ajudam a preservar a autonomia e evitam acidentes, reduzindo o esforço físico de pets com mobilidade reduzida.
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No comportamento, as mudanças também são perceptíveis. “O animal pode se tornar mais quieto, dormir mais horas, interagir menos ou demonstrar irritação em situações antes rotineiras. Em gatos, é frequente a diminuição da limpeza corporal ou o uso incorreto da caixa de areia. Esses sinais não devem ser ignorados, pois podem estar associados ao envelhecimento natural e a possíveis alterações cognitivas típicas da senilidade”, acrescenta Bruna.
Petiscos, nessa etapa, podem ter papel importante. Muitos animais idosos reduzem o apetite ou ficam mais seletivos devido a dores, perda de olfato ou mudanças na digestão. Snacks nutritivos e saborosos podem ajudar a estimular o interesse pela comida, além de serem aliados em momentos específicos, como a administração de medicamentos ou visitas ao veterinário. “Existem, inclusive, petiscos formulados especialmente para essa fase da vida, com baixo teor de sódio, ingredientes funcionais e texturas adaptadas para dentes mais sensíveis. Esses produtos se tornam verdadeiros aliados no bem-estar dos cães idosos, proporcionando prazer sem abrir mão da segurança nutricional”, cita a veterinária.
O enriquecimento ambiental segue essencial: brinquedos interativos mais leves, passeios tranquilos e estímulos mentais moderados ajudam a manter a atividade física e prevenir o declínio cognitivo. Petiscos podem ser incorporados a brincadeiras de olfato ou usados como recompensas para incentivar a movimentação.
As consultas veterinárias devem ser mais frequentes, pelo menos duas vezes ao ano. Check-ups regulares e exames específicos permitem diagnósticos precoces e tratamentos menos invasivos, aumentando as chances de um envelhecimento saudável.
“Cães e gatos idosos continuam sendo excelentes companheiros, muitas vezes ainda mais dóceis, sensíveis e ligados aos seus tutores. Oferecer atenção especial nessa etapa é uma forma de retribuir todo o amor e lealdade recebidos ao longo da vida”, reforça Bruna.
O segredo está na adaptação: ajustar a dieta, adequar o ambiente, oferecer estímulos adequados, manter o acompanhamento médico e, claro, incluir pequenas recompensas que reforcem o vínculo e tragam prazer. Assim, a terceira idade dos pets pode ser vivida com mais saúde, carinho e alegria.