Veterinária alerta para os riscos das unhas grandes em cães e gatos; mercado oferece novas soluções para o cuidado em casa
Cortar as unhas dos pets vai muito além de uma questão estética. Unhas excessivamente compridas podem causar dor, desequilíbrio, alterações na forma de andar e até problemas ortopédicos e neurológicos. E como nem sempre é possível levar os animais ao petshop com frequência, cresce a busca por alternativas seguras para fazer o corte em casa.
A médica-veterinária Vivian Quito explica que o cuidado com as unhas precisa ser parte da rotina de saúde dos animais. “Quando as unhas tocam o chão, o pet modifica o apoio das patas. Isso interfere na distribuição do peso corporal e pode causar sobrecarga articular, dor crônica e até alterações na coluna”, alerta. Em casos mais graves, unhas muito longas podem encravar no coxim plantar, levando a infecções, sangramentos e abcessos.
Cuidado também com os gatos
Nos gatos, o cuidado precisa ser ainda mais criterioso. “Eles desgastam naturalmente as garras usando arranhadores, o que faz parte de seu comportamento instintivo”, explica a veterinária. No entanto, em gatos idosos, obesos ou com doenças que afetam a mobilidade, esse desgaste pode ser insuficiente. Nesses casos, o corte periódico é necessário para evitar lesões, enroscamentos e perfurações nas próprias patas.
Frequência do corte
A frequência ideal depende do animal, do ambiente em que vive e da taxa de crescimento das unhas — em média, recomenda-se observar o comprimento a cada 3 a 4 semanas nos cães. Nos gatos, o corte deve ser pontual e feito com orientação veterinária.
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Como cortar com segurança
O corte deve ser feito com cortadores específicos para pets — do tipo guilhotina ou tesoura —, sempre com cuidado para não atingir o sabugo, a parte viva da unha rica em vasos e nervos. Em animais com unhas escuras, essa estrutura não é visível, o que exige ainda mais cautela. Cortes incorretos podem causar dor intensa, sangramentos e traumas que dificultam futuras tentativas de cuidado.
Uma alternativa segura e cada vez mais adotada por tutores é o uso de lixadeiras elétricas próprias para pets, que ajudam a manter o comprimento sob controle e a suavizar pontas irregulares de forma gradual e confortável.
Tecnologia a favor dos pets
De olho nesse novo comportamento dos tutores, a Dremel — marca do Grupo Bosch — lançou no mercado brasileiro a Dremel PET, uma lixadeira elétrica especialmente desenvolvida para o cuidado das unhas de animais de pequeno porte, como cães, gatos, porquinhos-da-índia e até pássaros.
Segundo Renata Avila, responsável pelo portfólio Dremel no Brasil, o produto é ideal para animais que têm medo de cortar as unhas, especialmente aqueles com unhas escuras. “Com esse produto, conseguimos fazer a higiene de maneira cômoda, segura e menos estressante. Não precisamos mais levar ao petshop só para isso: é possível cuidar das unhas no conforto de casa”, afirma.
A lixadeira opera com baixo ruído e vibração, conta com um controle de velocidade único e design ergonômico, sem fio. Funciona com bateria de íons de lítio recarregável via USB, pensada para facilitar o uso por tutores em qualquer ambiente.
Mercado pet em expansão
O lançamento reflete uma tendência crescente no Brasil: o investimento em produtos voltados à saúde e ao bem-estar animal. De acordo com a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação), o setor pet movimentou R$ 75,4 bilhões em 2024, um crescimento de 9,6% em relação ao ano anterior. Estima-se que existam, em média, 1,8 animal de estimação por residência no país.
Essa mudança de perfil mostra que os pets vêm sendo cada vez mais considerados membros da família, com acesso a cuidados antes restritos a humanos.
Sinais de que a unha do pet está grande demais
Fique atento se seu animal:
- Toca o chão com as unhas ao caminhar (faz barulho em pisos duros);
- Apresenta unhas curvadas em direção à almofada da pata;
- Evita andar, escorrega com frequência ou mostra dor ao pisar;
- Reage negativamente ao toque nas patas.
Atenção redobrada para:
- Cães idosos ou com artrose e alterações de coluna;
- Gatos sedentários, obesos ou com doenças que afetam a mobilidade;
- Animais que vivem em pisos lisos, sem atrito natural.
Caso o tutor não se sinta seguro para realizar o corte, é recomendável buscar orientação com um profissional capacitado, como veterinários ou adestradores que usem técnicas de dessensibilização e manejo gentil.
O mais importante é garantir que o momento do cuidado com as unhas não seja fonte de dor, estresse ou punição para o pet, isso ajuda a manter a saúde física e emocional do animal em dia.