Companhia que faz bem para o cérebro! Estudo mostra como pets ajudam a retardar o declínio cognitivo
Além de companheiros fiéis, os animais de estimação podem ser verdadeiros aliados da nossa saúde mental – especialmente com o passar dos anos. Uma nova pesquisa realizada pela Universidade de Genebra, na Suíça, revelou que a convivência com gatos e cachorros está associada a um ritmo mais lento de declínio cognitivo em adultos a partir dos 50 anos. Ou seja: além de preencherem a casa com carinho, os pets também podem ajudar a manter o cérebro mais ativo e saudável.
Cuidado além do físico
Muito se fala sobre os benefícios emocionais de ter um animal de estimação. Afinal, eles aliviam o estresse, reduzem a sensação de solidão e até ajudam em tratamentos psicológicos. Mas, segundo o novo estudo publicado na revista Scientific Reports, o impacto vai além. A presença constante de um pet pode influenciar positivamente funções cognitivas importantes.
Ao analisar dados de mais de 18 anos do Survey of Health, Ageing and Retirement in Europe (um banco que acompanha a saúde e o estilo de vida de adultos em 28 países europeus e em Israel), os pesquisadores notaram algo interessante: diferentes espécies de pets promovem diferentes benefícios ao cérebro.
Memória e linguagem
De acordo com a pesquisa, pessoas que convivem com cachorros tendem a preservar melhor a memória com o passar dos anos. Já os donos de gatos demonstraram uma queda mais lenta na fluência verbal, em comparação a quem não possui animal de estimação.
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Essa diferença pode estar relacionada ao tipo de interação exigida por cada pet. Os cachorros, por exemplo, pedem caminhadas, atenção constante e interação física. Já os gatos, com seu temperamento imprevisível e afeto mais sutil, estimulam a atenção, a observação e o vínculo emocional de forma diferente.
E por que peixes e pássaros não oferecem os mesmos efeitos?
A pesquisa também analisou outros tipos de pets (como peixes e aves) mas, nesses casos, não foram observados benefícios significativos para a saúde cognitiva. Segundo a cientista Adriana Rostekova, que liderou o estudo, isso pode acontecer porque esses animais vivem menos, não costumam estabelecer vínculos afetivos profundos e exigem menos interação ativa. Além disso, pássaros barulhentos à noite podem prejudicar o sono dos tutores, o que por si só já está relacionado ao declínio da memória e da concentração.
Cérebro estimulado, vida mais ativa
Essa não é a primeira vez que os pets são associados à saúde do cérebro. Estudos anteriores mostraram que o contato com um cachorro aumenta a ativação do córtex pré-frontal, área envolvida na atenção, emoção e tomada de decisões. O mesmo já foi observado com gatos, provavelmente por conta da relação mais sutil e cheia de nuances que desenvolvem com seus tutores. O que esse novo estudo traz de inovador é a diferença de efeito entre espécies, o que pode inspirar novos caminhos para o cuidado com a saúde mental na terceira idade.
No fim das contas, ter um pet não é apenas uma fonte de afeto. É também um estímulo constante ao corpo, ao coração e à mente.
Fonte: Terra