Juliane Freitas*
Mesmo sem descuidar da higiene de seus animais de estimação, grande parte dos tutores se queixa do “bafinho” de seus pets.
Este odor forte e desagradável é conhecido como halitose. Apesar de comum, é um indicativo de que algo não vai bem com o animal.
Há vários fatores que causam a halitose. O mais frequente é o tártaro, ou cálculo dental, que consiste na formação de placa bacteriana não removida na higiene bucal, solidificada nos dentes. Em geral, o problema afeta 85% dos cães e gatos a partir dos três anos de idade. O acúmulo de resíduos de alimentos também pode causar a gengivite, inflamação que provoca inchaço e vermelhidão na gengiva dos animais.
A halitose ainda pode ter outras origens, entre elas neoplasias orais, corpos estranhos e miíase, problema de pele causado por larvas da mosca varejeira.
Além disso, doenças como meningite, bronquite, artrite, insuficiências renal e cardíaca podem ser desencadeadas pelas bactérias presentes no tártaro. Portanto, atenção: ao sentir mau hálito em seu animal procure um médico veterinário para investigar a verdadeira causa.
A escovação diária é uma forma de cuidar da saúde bucal e prevenir a halitose e deve ser realizada desde a fase de filhote. Para isso, é preciso adquirir pasta de dente para cães ou gatos e uma escovinha dentária apropriada a cada espécie.
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Quem está recebendo um filhote em casa ou nunca escovou os dentes de um animal adulto, pode contar com o veterinário para instruí-lo sobre a forma correta de realizar a higienização.
Para animais mais resistentes ao ritual da escovação dental, um recurso é o treinamento gradativo por meio de recompensa. Funciona assim: quando o animal permitir que o tutor escove os seus dentes, ganha um estímulo, que pode ser um carinho ou um petisco. Outro recurso é iniciar o processo de limpeza utilizando apenas uma gaze nos primeiros 15 dias e só depois trocar pela escova e o creme dental.
Tão importante quanto realizar a escovação diária é evitar que o tártaro se instale. Quando isso ocorre, os dentes precisam passar por uma raspagem com ultrassom e curetas, processo que requer anestesia geral do animal. No caso de a doença periodontal se instalar nas estruturas que sustentam o dente, às vezes há a necessidade de extrações.
Como se vê, o bafinho do seu pet é um sinal de alerta. E nunca deve ser deixado para lá.