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Conheça as aves que fogem do frio e descem a Serra do Mar rumo ao litoral de SP

Nesta reportagem, você vai conhecer três espécies que fazem o chamado deslocamento altitudinal, isso é, descem a montanha

 

Enquanto muita gente reclama das temperaturas baixas que espantam os turistas das inúmeras praias e cachoeiras do litoral de São Paulo, com os observadores de aves a situação é um pouco diferente, já que, no inverno, algumas aves mais florestais exploram as cidades em busca de alimento e podem ser vistas nos bairros mais arborizados da região.

Os guias de birdwatching (observação de pássaros) sabem muito bem disso, ficam atentos aos bichos que vão aparecendo e preparados para guiar aqueles que se aventuram neste mundo de cores e sons.

Hoje, nesta reportagem, você vai conhecer três espécies de aves que fazem o chamado deslocamento altitudinal, isso é, descem a montanha rumo ao litoral. Ou você pensa que é só o turista que desce a serra?

Três aves que se deslocam rumo ao litoral

De acordo com o biólogo e ornitólogo, Bruno Lima, três das espécies que fazem o chamado “deslocamento altitudinal” são:

1-Gaturamo-bandeira ou Bandeirinha (Chlorophonia cyanea)

O Gaturamo-bandeira é uma ave passeriforme da família Fringillidae. Esta ave é conhecida por possuir as cores da bandeira brasileira, o que lhe valeu o apelido de Bandeirinha. Também é conhecido pelo nome de Gaturamo-verdadeiro, entre outros.  Ocorre da Bahia e Minas ao Rio Grande do Sul e Paraguai. Há uma população isolada em Roraima. Na Baixada Santista, ela foi registrada em Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande e Bertioga, de acordo com o site Wikiaves.

2- Sabiá-una (Turdus Flavipes)

Essa é uma outra ave passeriforme, porém da família Turdidae. É conhecida também como sabiá-preta e sabiá-da-mata.
Presente em Roraima e do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Encontrado também na Colômbia, Venezuela, Guiana, Paraguai e Argentina. Na Baixada Santista, todas as cidades possuem registro da Sabiá-una nos arquivos o wikiaves.

3- Araponga (Procnias nudicollis)

A terceira ave da lista também é um passeriforme, mas da família Cotingidae. É uma ave ameaçada de extinção, infelizmente.  Das aves da Mata Atlântica, certamente é a que possui  um dos sons mais poderosos que existe, que consiste, basicamente, em um estalar de timbre metálico, fortíssimo, que pode ser ouvido a longas distâncias. Ela ocorre de Pernambuco, sul da Bahia, Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, sul de Mato Grosso do Sul e regiões vizinhas da Argentina e Paraguai. Na baixada santista, sete cidades contam com o registro deste pássaro no site wikiaves, exceto Santos e São Vicente.

Por que elas descem a serra?

Bruno explicou os motivos que fazem essas aves desceram as montanhas nos meses de frio e alegrar aqueles que conseguem avistar uma delas por aí:

 

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“Os meses de inverno, muito frios no alto da Serra do Mar, são os meses de escassez de frutos. Então essas espécies, que se alimentam de frutos, vêm descendo a serra acompanhando a frutificação de algumas árvores, como o palmito juçara (Euterpe edulis).”

O biólogo e ornitólogo disse que não se trata de uma migração, por que, conforme explicou, a migração é quando toda uma população se desloca de um lugar para o outro, o que, segundo ele, não é o caso. Ele aproveitou para falar da importância de preservar as matas das montanhas e das baixadas:

“Esse deslocamento altitudinal mostra como é importante a gente conservar as matas tanto da serra do mar quanto da planície costeira. Sem as matas aqui do litoral, essas espécies não teriam onde se alimentar durante o outono e inverno. O grande problema é que essas matas foram exterminadas da maior parte do Brasil, para dar lugar à grandes cidades como Rio de Janeiro e Santos”, disse.

Lima falou também que existem outras aves que podem ser vistas nos meses mais frios, ao contrário do que acontece no período do verão, entre elas destacam-se o sanhaço-de-encontro-azul, tesourinha-da-mata, pavó, gaturamo-rei e o cuiú-cuiú:

“O caso do cuiú-cuiú é muito interessante, porque em Peruíbe, ele faz esses deslocamentos altitudinais e talvez em outros locais, mas em muitos lugares ele não faz”, disse

Para finalizar, Bruno Lima fez questão de ressaltar que ainda faltam muitos estudos para entender melhor este tema.

Fonte: Diário do Litoral

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